domingo, 7 de outubro de 2007

Pisos Limpos e Ambientes Sanitários: Conceito.

Adotadas nos mais diversos setores de atividade industrial e comercial, desde as indústrias alimentícias, biotecnologias, laboratórios, semicondutores, farmacêuticas e etc, os pisos limpos e os ambientes sanitários são locais de trabalho onde partículas em suspensão, gases ou vapor contaminados, velocidade do ar, temperatura, pressão e umidade são mantidos e controlados sob rígidas especificações.
A evolução dos padrões de qualidade e aceitação, transformou muitas atividades da sociedade moderna, gerando uma constante busca por produtos cada vez mais sofisticados, com índices de rejeição reduzidos, aliado a alta produtividade de um modo geral. O reflexo imediato deste quadro foi o surgimento de processos e sistemas de alta performance, utilizando equipamentos de alta precisão, com controles eletrônicos de ultima geração operando, muitas vezes, em áreas livres de contaminantes particulados. Este “efeito colateral” do progresso e do desenvolvimento de mercado criou a necessidade de “Salas Limpas/Ambientes com características Sanitárias"”, tb conhecido com ambientes livres de impurezas, onde partículas em suspensão, temperaturas, pressão e umidade são mantidas e controladas sob rígido monitoramento. Por causa destas situações, o ambiente interno acabou se tornando parte do processo produtivo como um todo. Inicialmente, surgidas nos Hospitais e Centros Cirúrgicos, hoje, as salas limpas são adotadas nos mais diversos setores de atividade: da indústria de semicondutores à indústria farmacêutica, passando pela indústria alimenticia, por áreas e processos onde partículas em suspensão e demais elementos contaminantes podem comprometer o processo produtivo acarretando inúmeros prejuízos materiais, financeiros e até mesmo humanos. Classificação As Salas Limpas/Ambientes Sanitários são classificadas pela pureza do ar (número de partículas presentes e em suspensão por unidade de volume de ar) e dependem da natureza e procedimentos de operação da sala, assim como, dos materiais de sua construção. Atualmente, a norma ISO 14644-1 Classifica as Salas Limpas em nove classes (09), embora o método ainda mais comum seja a classificação mais antiga do Federal Standard: US.FED STD 209D e US.FED STD 209E (SI – Sistema Internacional). A ABNT adota desde abril de 2005, a NBR ISO 14644-1, em substituição a antiga NBR 13700 – Classificação e Controle de Contaminação.

Na Europa, o “British Standard 5295:1989” e o “WHO Technical Report Series 902/2002” se destacam entre os mais utilizados, sendo este último editado, pela “World Health Organization”, voltado exclusivamente à área farmacêutica e adotado, também , pela legislação regulatória brasileira, que o transcreve na RDC 210/2003. No Brasil, freqüentemente, são adotadas pelas industrias farmacêuticas, cosméticas e alimentícias as recomendações do FDA – Food and Drog Administration-USA e da ANVISA na forma das RDCs, as quais estabelecem guias gerais para elaboração do projeto e da construção, como também práticas de fabricação em diversos ambientes, inclusive as salas limpas. Para diferentes indústrias e segmentos, a classificação requerida para uma sala limpa depende do tipo de atividade e concentração de partículas em suspensão permitidas. A relação abaixo passada exemplifica, baseado na Federal Standard, as diferentes classes de concentração pela natureza da atividade industrial e científica:

  • Classe 1 – Utilizadas para manufatura de circuitos integrados com desenvolvimento de geometrias submícron.
  • Classe 10 – Classe destinada à fabricação de semicondutores produzidos em larga escala e circuitos integrados com linhas menores que 2 µm.
  • Classe 100 – Utilizada quando se deseja ambiente livre de partículas e bactérias, como no caso de manufatura de produtos farmacêuticos injetáveis e de Biotecnologia. Requerido para operações médicas de implantes ou transplantes cirúrgicos. Fabricação de circuitos integrados e de Satélites. Isolamento de pacientes imunodeprimidos e pacientes com operações ortopédicas.
  • Classe 1000 - Fabricação de equipamento de alta qualidade. Montagem e teste de giroscópios de precisão. Montagem de mancais miniaturizados
  • Classe 10.000 - Montagem de equipamentos hidráulicos e pneumáticos de precisão, válvulas servo-controladas, dispositivos de relógios de precisão, engrenamento de alto grau.
  • Classe 100.000 - Trabalhos óticos em geral, montagem de componentes eletroeletrônicos, montagem hidráulica e pneumática, linhas de embalagem.

Construção: A construção de uma sala limpa começa com a qualidade do piso, das paredes e do teto , onde esses elementos devem assegurar o máximo de limpeza e um mínimo de contaminação. Entre esses elementos, o piso é um dos mais importantes: onde todo o processo produtivo acaba acontecendo sobre o mesmo, elevando sobremaneira sua relevância. Os pisos, para salas limpas, precisam ser de fácil limpeza e manutenção, possuir aparência atrativa e cores claras de modo a facilitar a visualização de sujidades, apresentar superfície lisa e sem porosidade, o mais próximo quanto possível de - ZERO% - e estar isenta de juntas e trincas que evitem acúmulo de partículas, bactérias, fungos e germes. Em determinadas situações, o piso necessita também, de características adicionais tais como controle de eletricidade estática (pisos condutivos e antiestáticos), resistências químicas específicas e índices adequados de planicidade e nivelamento. Outro fator muito importante é que durante o seu uso, não deve haver quase nenhuma formação de poeira. Por estas e outras razões, tais como inexistência de juntas, rapidez na aplicação e na liberação das áreas revestidas, os revestimentos monolíticos à base de Polímeros, tais como, o epóxi e o poliuretano (Sem Solventes) são, atualmente, os sistemas mais indicados para revestimentos de piso em salas limpas. Para a sua aplicação, avaliações prévias acabam sendo de grande importância de modo a eliminar o risco de falta de capacidade de suporte, irregularidades e saliências localizadas no substrato, que podem colocar em risco toda a condição operacional pelo aparecimento de trincas, fissuras, impregnação de sujidades e conseqüente proliferação de microorganismos, nestes locais. Além destas características, a realização de ensaios de desempenho básicos como: resistência à compressão, á abrasão, à flexão, à tração, índices de permeabilidade e demais testes que podem ser encontrados na NBR 14050 que regulamenta o uso de revestimentos monolíticos a base de resinas epóxi, são pontos importantes para assegurar sua performance e adequação em ambientes controlados. Operação:

Uma vez pronta e entrando em operação, a sala limpa ou o ambiente sanitário, com todas as suas propriedades, características e controles necessários, tem como ponto relevante a manutenção da limpeza periódica do local. Assim, hoje em dia é muito comum e, adotado pelo pessoal de limpeza, empregar os mesmos produtos químicos usados nos procedimentos de limpeza e higienização de seus equipamentos e utensílios, como também usados em outros tipos de ambientes normais. Muitas vezes, essas substâncias são agressivas ao revestimento do piso causando fosqueamento, “stress craking”, tensões superficiais e degradações, reduzindo a sua vida útil. Desse modo, é importante que ao término de sua instalação, o aplicador forneça ao usuário um guia geral de procedimentos para limpeza e uma relação das resistências físicas e químicas do revestimento aplicado. No caso dos Ecoprodutos à base d'água ou sem solventes, o ideal é usar Água Quente ou Vapor D'Água. Em alguns casos algumas gotas de D-Limoneno. Os nossos lençóis freáticos agradecem

João Alfredo C. Alvim

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